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Rodrigo Maceira

Autor, professor e pesquisador
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Haus-Rucker-Co (1968)

Haus-Rucker-Co (1968)

Por vir

April 29, 2016

É um caminho partir da análise de McLuhan sobre os gadgets como extensões narcísicas dos sentidos, para pensar o potencial das máscaras na cultura em geral, e em movimentos de vanguarda, em particular. Entre os primeiros dadaístas, como, por exemplo, o romeno Janco,  a máscara recolocava a arte em contato com sua vocação ritual, com certo primitivismo, supostamente diluído no desenvolvimento da arte burguesa e das instituições da arte moderna (museus, por exemplo). 

Tentando pensar com os olhos do McLuhan, a máscara, normalmente sinônimo de ocultamento, disfarce e fetiche (no sentido freudiano), teria, por outro lado, a missão de ampliar alguma sensibilidade, que, paradoxalmente, terminaria mais exposta - justamente para sentir o entorno - que recatada. McLuhan escreveu que todo homem busca reconhecer-se a si mesmo, ainda que sem saber, nos meios dos quais se vale para estar no mundo. Via de regra, a gente cita o autor de Understanding media no contexto das tecnologias midiáticas mais "avançadas". Mas, tomando a máscara como um meio, que de fato é, começamos a entender um pouco mais os modos por meio dos quais um véu, um capacete ou uma fantasia - alheios à rotina - ampliam o sentido de nós mesmos, ou pelo menos o sentido que queremos imprimir em determinado espaço-tempo, como os que criamos em rituais de passagem, em festas, em cerimônias mágicas, em performances artísticas. 

Bauhaus (década de 1920)

Bauhaus (década de 1920)

Em diversos episódios das vanguardas, neovanguardas, do ativismo e, inclusive, da cultura pop, reformar o rosto por meio desses acessórios foi uma maneira de representar o homem que habitaria o sistema simbólico em direção ao qual artistas acreditavam caminhar. Por exemplo, os artistas ativistas vienenses do Haus-Rucker-Co, na década de 1960, para quem a arquitetura do próprio corpo mobilizaria os sentidos tão ou mais visceralmente que substâncias alucinógenas. Também ficaram famosos figurinos das festas na Bauhaus. Ou as máscaras de gorila das Guerrilla Girls. Ou os parangolés do Oiticica. Ou, para ficar num último exemplo, até mesmo as máscaras do Slipknot. 

Guerrilla Girls

Guerrilla Girls

Tags máscaras, gadgets, McLuhan, haus-rucker-co, guerrilla girls, bauhaus theater
Biancoshock - Ephemeralism

Biancoshock - Ephemeralism

ídolos menores

March 19, 2016
“Ouvir rádio ou ler uma página impressa é aceitar essas extensões de nós mesmos e sofrer o ‘fechamento’ ou o deslocamento da percepção, que automaticamente se segue. É a contínua adoção de nossa própria tecnologia no uso diário que nos coloca no papel de Narciso da consciência e do adormecimento subliminar em relação às imagens de nós mesmos. Incorporando continuamente tecnologias, relacionamo-nos a elas como servomecanismos. Eis por que, para utilizar esses objetos-extensões-de-nós-mesmos, devemos servi-los como a ídolos ou religiões menores. ”
— McLuhan, 1964

Ou: o plástico-bolha como um meio quente.

Tags McLuhan, ídolos, tecnologias, biancoshock, meio quente

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